Liga de Futebol de Botão

A referida Liga é bastante reconhecida em toda região do Vale do Sabugi e seus participantes almejam reconhecimento nacional, por parte da Confederação Brasileira de Futebol de Mesa. Já que, há muito tempo, vem sendo um dos esportes mais praticados na cidade. Segue um breve relato da nossa fundação, contada pelo seu fundador.


Quando nos meus oito ou nove anos de (1942 – 1943), passei a morar no centro da cidade (Av. José Américo, 11), fui conhecendo novas brincadeiras, novos colegas, lugares novos para a diversão; onde o preferido era a pracinha central do comércio. Lá existia um coreto de concreto armado, seu piso era cimentado e bem lisinho, ideal para travessuras da criançada. Foi lá que vi, pela primeira vez, o Futebol de Botão; com áreas demarcadas pelo giz escolar, o goleiro era uma caixa de fósforos, as barras eram duas pedras e não havia travessão. A pelota era um pequeno fruto de fícus (árvore ornamental de grande porte, utilizadas nas praças e vias públicas).  Pela falta do travessão as dúvidas eram recorrentes e anulação dos gols era motivo de brigas entre os praticantes. Como também não tínhamos como marcar o tempo dos jogos, os mesmos eram determinados pela quantidade de gols, fato este que levava, muitas vezes, as partidas entrarem pela noite sem finalizar.  


Antes de 1945 conheci um time de Futebol de Botão (sic), fabricado especialmente para esta finalidade, acondicionado em uma caixa contendo dez jogadores, outro maior (goleiro), uma ficha para impulsionar a pelota (botão pequeno) e uma trave de arame com filó. Tinha sido um brinde que meu colega Ernani Pessoa Filho ( Nandinho) recebera patrocinado pela indústria Palmolive, que presenteava aquelas pessoas as quais participavam de uma determinada promoção de sabonetes. Nesse mesmo ano fui trabalhar numa loja na qual se vendia de tudo, até botão para roupa. Nas horas vagas e quando o proprietário não estava chamava um colega Nezinho Ricarte (Brejeiro) e formávamos sobre o balcão de vendas um campo de futebol; jogando, em seguida, com botões novos retirados das caixas. 


Continuando com a intenção de organizar a brincadeira, conseguir velhos botões que a minha mãe guardava numa latinha de manteiga, e assim formei o meu primeiro time de Futebol de Botão; onde num campo de papelão, com as traves de madeira, fomos aperfeiçoando e jogando o nosso Esporte favorito. Jogávamos também sobre as mesas domésticas, nas casas dos vizinhos e sempre melhorando as condições do jogo.


Já por volta de 1950 confeccionei o primeiro campo em madeira compensada de 3 mm, com proteção de moldura;  porém durou pouco tempo, devido a sua pouca espessura que o deixava deformado. Um ano depois encomendei outro campo, desta vez com madeira mais resistente ¾”; colocadas tábuas de mangueira e com um sarrafo de proteção. Nesse, colocamos um forro com encerado pelo avesso, flanelado, o que permitia um  melhor domínio da pelota (uma esfera de cortiça), aonde aconteciam jogadas com efeitos, como se vê em jogos de bilhar. Ainda, nesse mesmo campo, para evitar dúvidas quanto aos gols passamos a adotar uma abertura dentro do gol (abaixo da rede) e com uma gavetinha onde a pelota cai para a confirmação do “tento”. Com este campo jogamos toda a década de 50 e início da próxima, realizando vários torneios; porém sem nada em disputa. Em 1965 confeccionamos o nosso atual campo em Duratex de 10mm , com sarrafo de proteção revestido em fórmica branca marmorizada  e em mesa própria desmontável.







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